Ao todo, 75 mil exemplares de 11 espécies coloridas estarão espalhados nos jardins a céu aberto da cidade em breve. E haverá o plantio de mais sete mil árvores este ano. A palavra primavera tem origem no latim primo vere, que significa “antes do verão”
“Primavera soprando prum caminho mais feliz. Mais feliz, pois a rosa que se esconde no cabelo mais bonito, é um grito. Quase um mito, uma prova de amor”. O trecho de “Primavera”, canção da banda Los Hermanos, traduz a delicadeza da estação mais colorida e romântica do ano.
O Sol está nascendo mais cedo agora com o cheirinho de primavera chegando no Brasil. Por volta de 6h10min o Astro Rei já dá seu ar da graça e logo vem o ânimo nas pessoas para praticar atividades ao ar livre antes do horário de seus compromissos, como trabalho, escola e faculdade. De manhã bem cedo, as academias já estão bem cheias. As temperaturas em Lages nos dias mais recentes de setembro oscilaram de 11ºC a 29ºC. É de o serrano estranhar, mas gostar. O Sol empolga! O Sol contagia! O Sol convida! No Hemisfério Sul, onde está localizado o Brasil, é a primavera austral.
E não teria dia melhor para começar uma estação de primavera no Hemisfério Sul: Sábado. Dia 23 de setembro inicia a estação das flores, seguindo até 22 de dezembro, quando as temperaturas se elevam ainda mais nos termômetros, durante os três meses do verão.
Assim, essa estação inicia-se logo depois do inverno e termina com a chegada do verão, surgindo daí o significado do seu nome. A palavra primavera tem origem no latim primo vere, que significa “antes do verão”.
Nesta época do ano, o nascer do Sol acontece por volta de 6h10min, com por do Sol um pouco depois das 18h. Portanto, dias de 12 horas. Dá para aproveitar bem, não? Durante as estações de outono e inverno, o Sol nasce mais tarde, perto das 7h, e vai embora mais cedo. Com dias mais frios e a escuridão, o convite é de ir correndo para casa.
Os tempos do nascer e por do Sol no Brasil são determinados por sua localização no Hemisfério Sul. Ao Sul do Equador, os dias mais longos são nos meses de dezembro a março, enquanto os mais curtos são de junho a setembro. No Hemisfério Norte, é o contrário, em que a primavera é de 20 ou 21 de março até 20 ou 21 de junho, e chamada primavera boreal.
Com até cerca de 13h10min, há os dias mais longos em dezembro. Em junho, por outro lado, duram cerca de 11 horas em Brasília e começam cerca de 60 minutos mais tarde. Atualmente, em meados de setembro, o sol nasce em Brasília às 6h08min. O pôr do sol pode ser visto às 18h07min.
O primeiro dia da primavera ocorre com o equinócio, que é um fenômeno astronômico em que o Sol incide com mais intensidade nas regiões mais próximas da linha do Equador. A translação é a principal responsável pela mudança das estações. A posição da Terra em relação ao Sol explica o fato das estações serem alternadas entre os hemisférios. Quando é primavera no Hemisfério Sul, onde está localizado o Brasil, é outono no Hemisfério Norte.
As características da primavera são inconfundíveis: Temperatura amena, paisagem florida, maior incidência de chuvas (o aumento do calor provoca o aumento da umidade, deste modo, chove mais vezes na primavera), dia e noite têm a mesma duração (em decorrência do movimento de translação, dias e noites são iguais em duração, no entanto, ao longo da primavera, os dias vão ficando maiores) e reprodução dos animais (é na primavera que a maior parte dos animais se reproduzem e constroem ninhos).
Primavera no Brasil
Para a maior parte das regiões brasileiras, a primavera costuma ser marcada pelo aumento gradativo de calor. Embora nem sempre aconteça desta forma, inicialmente com uma temperatura amena, o calor vai aumentando ao longo da primavera para receber o verão. Com o aumento da temperatura, a umidade também aumenta e ocorrem mais chuvas. A primavera brasileira é marcada pelo El Niño. Com uma frequência entre dois e sete anos, este fenômeno natural intensifica as chuvas no Centro-Sul e as secas no Norte e Nordeste.
“Há flores cobrindo o telhado. E embaixo do meu travesseiro. Há flores por todos os lados. Há flores em tudo que eu vejo” - Titãs
O humor até muda, se estiver em baixa frequência, ao se ver tantas belezuras nos jardins paisagísticos e arborizados em parques, praças, calçadões, canteiros centrais de avenidas e de rótulas urbanas e passeios públicos (calçadas) de Lages. O ar aromatizado de primavera, enfim, invade a cidade.
O encantamento está em endereços famosos, como a avenida Luís de Camões, no bairro Coral; rua Frei Gabriel, Centro; Praça João Ribeiro (Praça da Catedral Diocesana); Largo da Catedral Diocesana; Calçadões da Praça João Costa e Túlio Fiúza de Carvalho, e Parque Jonas Ramos, o Tanque, bem no coração de Lages.
Os jardins em espaços públicos da área central e bairros estão prestes a serem montados pela prefeitura, por intermédio do Horto Municipal das Flores, departamento ligado à Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente. Para esta licitação, a aposta está no plantio e cultivo de flores de ciclo anual.
Ao todo, 75 mil exemplares, das seguintes 11 espécies: Begonia mix, celosia sortida, vinca sortida, dália sortida, sempre viva sortida, astera mix, tagete gigante mix, tagete tricolor “Summer Mix”, tagete F1 antigua mixture, zinnia sortida e girassol anão sortido.
Os números representam a quantidade de sementes por espécie
Begonia mix |
10.000 |
Celosia sortida |
20.000 |
Vinca sortida |
8.000 |
Dália sortida |
2.000 |
Sempre viva sortida |
2.000 |
Astera mix |
2.000 |
Tagete gigante mix |
6.000 |
Tagete tricolor “Summer Mix” |
6.000 |
Tagete F1 antigua mixture |
6.000 |
Zínnia sortida |
5.000 |
Girassol anão sortido |
8.000 |
Estas plantas ocuparão os canteiros que sempre são cultivados, bem como novos espaços, principalmente nos bairros nas ações/eventos da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, locais estes que anteriormente não eram beneficiados com as flores. São utilizadas em ações de educação ambiental e em prédios públicos.
A prioridade é para os espaços públicos de uso comum, com os quais a população possui mais contato, como praças e avenidas. Ocasionalmente, após suprir esta demanda, são atendidos alguns pontos solicitantes de auxílio. O processo todo, até o momento de serem plantadas nos canteiros definitivos, acontece no Horto Municipal das Flores, com o plantio e cuidado das plantas.
O Horto Municipal das Flores está situado na rua Elzeário Prudente Vieira, bairro Caça e Tiro, em uma estrutura física própria do Município, com 8.200 metros quadrados voltados ao cultivo de aproximadamente 80 espécies de flores e árvores. Funcionamento diário, inclusive fins de semana e feriados. Aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. Contatos: (49) 3019-7472 - Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente - 2545 (ramal Horto Municipal das Flores/e-mail: meioambiente@lages.sc.gov.br.
A escolha pelas coloridas inovadoras juntinho das tradicionais
As flores deste ano possuem algumas inovações, outras já são tradicionalmente cultivadas, como as tagetes e celosia, já outras, como o girassol anão e dália, por exemplo, são experimentos com a finalidade de testar plantas diferentes para o cultivo.
Neste ano de 2023 serão utilizadas a dália, sempre viva, astera, zínnia e girassol anão, que não eram frequentemente usufruídas. Além de algumas cores que podem variar mesmo nas tradicionais devido a novas tecnologias que as sementeiras dispõem para a produção. “Optamos por adquirir todas as espécies na forma sortida, assim podemos ter diversas cores na mesma espécie e simplificar o objeto da licitação”, pontua o profissional responsável pelo Horto Municipal das Flores, engenheiro agrônomo, Vitor Birck.
Prospecção de sete mil árvores nos jardins
Em relação às árvores, o assunto está em fase de elaboração do planejamento, mas, projeta-se que ainda neste ano a Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, em parceria com a comunidade e empresas, pretenda fazer o plantio de aproximadamente sete mil árvores em jardins públicos de Lages.
No fim de outubro, tudo lindo!
A produção de verão no Horto Municipal das Flores foi iniciada neste mês de setembro, com a chegada do calor, visto que o plantio ocorre mais tardiamente já que algumas flores de inverno, como a petúnia (flor de inverno), possuem o pico de floração até o final da primavera, então, não é interessante sua substituição ainda cedo. A transferência para os espaços públicos (plantio) está condicionada ao clima, com planejamento para o fim de outubro.
O plantio é desenvolvido ao longo de todas as estações, pois sempre é necessário revisar os canteiros, a partir da manutenção, com o replantio das flores que não obtiveram sucesso. O período de plantio depende do desenvolvimento das flores cultivadas e das que estão nos canteiros da estação anterior. “Preferimos não substituir as flores da estação anterior se elas ainda se mantêm em boa condição”, salienta o responsável pelo Horto Municipal das Flores, engenheiro agrônomo, Vitor Birck.
Durante o plantio ocorre a adubação, a principal já no preparo do solo para a semeadura nas bandejas. Posteriormente, no plantio nos canteiros, há uma nova adubação com NPK e adubo orgânico produzido no Horto das Flores. O principal trato cultural é a irrigação, que no verão ocorre diariamente devido à baixa umidade e as altas temperaturas. Mesmo com a periodicidade diária há perdas pelo clima adverso. Por fim, há o controle de ervas daninhas.
A durabilidade das plantas depende da condição climática, podendo perdurar até o fim do verão, contudo, se o verão for muito quente e com poucas chuvas, a irrigação não é suficiente para manter a planta em boas condições, o que resulta no aceleramento do ciclo e senescência (envelhecimento) precoce. A estação é primavera/verão, e as flores são para todo este período. A substituição será durante a estação do outono com as flores de inverno.
Duas equipes com 15 servidores públicos no total estão atuantes na operacionalização do cultivo de plantas, uma alocada no Horto Municipal das Flores, a qual se dedica à produção, e a outra trabalha na rua, realizando o plantio e a manutenção. São colaboradores da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente. Grupo composto por um engenheiro agrônomo e, os demais, jardineiros.
A influência climática na decisão pelas espécies de flores cultivadas
Há variações climáticas entre os anos, interferindo na definição das plantas para plantio e cultivo nos jardins públicos de Lages. O verão passado apresentou períodos com menores quantidades de chuvas e Sol muito forte, aliado a temperaturas altas, o que prejudica a manutenção das flores, provocando até mesmo a morte em alguns casos, já que os canteiros estão localizados em áreas abertas, com incidência solar o dia todo e próximas a calçadas e asfalto, fator que intensifica o calor, formando um microclima. Outro detalhe está em alguns canteiros que são mais suscetíveis pela sua elevação, como os da Via Gastronômica, em que o canteiro é elevado em relação ao nível do solo, o que potencializa a drenagem e o rápido secamento do solo, sendo necessário até duas regas por dia para manter as flores em períodos mais quentes.
Investimentos de R$ 9 mil no embelezamento da cidade
A aquisição das plantas ocorre por licitação das sementes. As sementes utilizadas nesta estação possuem um custo de R$ 9.012,64, aplicados diretamente para esta produção. Há o custo com adubo, bandejas, combustível e mão de obra, porém, são diluídos com o cultivo de outras plantas, como a produção de árvores, ou utilizados por várias safras, como as bandejas.
Os efeitos dos jardins: Cidades mais sustentáveis e belas e pessoas mais felizes
A jardinagem e o paisagismo urbano são importantes por várias razões, pois desempenham um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas. Contribuem a tornar as cidades mais “visualmente visíveis”. Espaços verdes bem cuidados e parques e jardins reservados para a estética urbana, proporcionando um ambiente agradável e relaxante para os residentes e visitantes, pois podem melhorar o bem-estar mental e físico das pessoas, com a oportunidade de se envolverem em atividades terapêuticas, aliviando o estresse e promovendo um senso de realização.
As áreas verdes cumprem a função ambiental, pois ajudam a reduzir a temperatura local por meio do processo de resfriamento evaporativo e podem servir como habitats para a vida selvagem urbana, como pássaros, borboletas e abelhas. “Em resumo, a jardinagem e o paisagismo urbano desempenham missão primordial na criação de cidades mais saudáveis, esportivas e sustentáveis, contribuindo para o bem-estar da comunidade e à resiliência das áreas urbanas diante dos desafios ambientais e sociais”, acrescenta o responsável pelo Horto Municipal das Flores, engenheiro agrônomo, Vitor Birck.
Comunidade pode aproveitar, mas, aliás, ajudar a cuidar do patrimônio coletivo
Todo o trabalho desempenhado pelos colaboradores do Horto Municipal das Flores merece reconhecimento, e este setor da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente depende do auxílio da sociedade no cuidado com os espaços públicos, desde a questão do lixo, pois frequentemente são recolhidos resíduos plásticos nos canteiros durante as manutenções, até a preservação das flores e árvores plantadas. Trata-se de um bem comum para usufruto de todos, com a cidade mais bonita para a população e aos visitantes.
Objetivo de expandir os jardins aos bairros de Lages e adoção de espaços pelos cidadãos
Atualmente, a meta do Horto Municipal das Flores constitui-se em amplificar os pontos de jardinagem no município, chegando aos bairros e não somente no Centro, porém, em razão da grande extensão territorial, salutar que a comunidade, associação de moradores ou empresas adote um espaço, por exemplo, uma praça para cuidar e se sentir pertencente ao meio. “Desta maneira, as pessoas interessadas poderão entrar em contato conosco e prestaremos o auxílio com o que pudermos ajudar. Uma comunidade envolvida nas demandas públicas é também uma comunidade que preserva os lugares comuns ou o seu próprio”, prospecta o responsável pelo Horto Municipal das Flores, engenheiro agrônomo, Vitor Birck, ao incrementar: “Se cada cidadão tomar o cuidado de fazer um canteiro de flor no seu jardim, no passeio (calçada), em frente a sua residência, plantar uma árvore apenas, já teremos a rua toda arborizada e bem cuidada.” Informações sobre adoção e outras, adicionais, podem ser obtidas por telefone: (49) 3019-7472 - Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente - 2545 (ramal Horto Municipal das Flores) ou por e-mail: meioambiente@lages.sc.gov.br.
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Toninho Vieira e Valfrida Pinto Vieira
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