Era a trend: Se você não comprou roupa nova contando nos dedos os dias que faltavam para ir ao Parque Conta Dinheiro na Festa do Pinhão encontrar os amigos e assistir um show, sem antes passar no BOX da Mirtes, tomar um bugio e já decolar voando na pista, e descongelar parabrisa para ir embora, você fracassou na missão, você viveu errado
Ela não embarcou neste trem para uma viagem chamada “vida” à toa. Antes da última estação, este fenômeno ainda vai realizar muitas vontades, sonhos, alegrar muitas vidas, animar mais este planeta. Valentia, bravura, resiliência, carisma, proatividade, senso criativo, dinamismo, positividade, otimismo, fé, alto astral e o dom do empreendedorismo não são virtudes de qualquer um. E para “costear” quem pensa o contrário, ela veio ao mundo para desenganar as pessoas desacreditadas em um futuro brilhante feito pelo esforço dos próprios braços e pela força do trabalho honesto. Ela é noturna. Ela é excêntrica. Singular. Excepcional. Nunca sai de cena, está sempre na ativa. Quem vive é ela.
Quem nunca provou pelo menos um golinho do “bugio da Mirtes” na Festa do Pinhão pode ter passado por esta vida sem experimentar uma das preciosas oportunidades dadas, nesta temporada de transição das charmosas estações outono e inverno, com suas gélidas paisagens e prazeres, pelo maior evento da Serra Catarinense e um dos maiores dos segmentos históricos, culturais, artísticos, folclóricos e gastronômicos da região Sul do Brasil, com um dos maiores festivais de música nativista da América Latina, a Sapecada da Canção Nativa que, em 2025, quando a Festa Nacional do Pinhão chega a sua 35ª edição - Raízes - Tradição que se renova em Festa, alcança sua 31ª edição, paralelamente a 23ª Sapecada da Canção Nativa. Com o formato de resgatar as tradições da cultura e identidade regionais, a Festa de 2025 acontece de 6 a 22 de junho, com quatro ambientes: No convencional endereço do Recanto do Pinhão Aracy Paim, seu Palco Recanto do Pinhão para talentos tradicionalistas locais, regionais e nacionais, na Praça João Costa; Palco Raízes, de enobrecimento à produção cultural dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), na Rua Coberta - Rua Nereu Ramos; Palco Entrevero, no Mercado Público Municipal Osvaldo Uncini, com espaço a artistas de estilos ecléticos, do pop ao rock; do sertanejo ao romântico, da Música Popular Brasileira (MPB) ao gosto infantil, e Palco Leão Baio, no Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior, e seus cinco shows nacionais - Guilherme & Benuto, Fernando & Sorocaba, Ondastral e Dazaranha, Yasmin Santos e Corpo & Alma no feriado nacional prolongado de Corpus Christi. Toda a programação da Festa Nacional do Pinhão será gratuita ao público. Serão 17 dias de festividades, com mais de 100 atrações e esperadas mais de 100 mil pessoas como espectadoras somente nos shows nacionais.
Mirtes é sagitariana, portanto, de positividade, bom humor, otimismo, espontaneidade, aventura, e um forte desejo de liberdade e conhecimento. Extrovertida, comunicativa e reconhecedora da experiência e do crescimento pessoal. Mulher segura, experiente, dona de si. Voz potente.
Devota de Nossa Senhora Aparecida, crente nas descrições dos signos do zodíaco. E como se diz em Lages: “É despachada, não nasceu de touca e faz amizade ‘de vereda’”. Criou seu próprio “pronome de tratamento” às pessoas que acabou de conhecer e ainda não sabe seu nome: “Oi, baby!”
Ela é aquele tipo de pessoa sincera, autêntica e facilmente adaptável em situações adversas. Passa por cima dos seus problemas com seu jeep dourado sem olhar pelo retrovisor. É a mulher que gosta de esmalte amarelo, anéis em todos os dedos e de uma cervejinha bem gelada.
Festiva. Para Mirtes, a vida é uma verdadeira festa. E antes que alguém pergunte, sim, ela toma e gosta de um bugio bem caprichado. Gosta de vários tipos de música. Até de eletrônica. Frequenta do Galeria Bar ao Berlim Acoustic Bar. Sai da “balada” para jantar e volta para a “night” até o Sol raiar. Chega em casa para descansar, dormir, repor as energias. Acorda, ouve música, toma um chá, almoça e se prepara porque à noite tem mais. Esta sabe aproveitar o bom da vida. Sua existência neste planeta Terra não vê complicações, apenas viver, e viver bem, sem fazer mal a ninguém, apenas o bem.
A sua vida parece um parque de diversões, em que tudo acontece ao mesmo tempo. Na bagagem, Mirtes detém sete anos como funcionária de um banco privado, cinco anos como caminhoneira, 30 anos como empresária, 30 anos de “jipeira” e 30 anos de Festa do Pinhão. Medo? Só de deixar os ponteiros do relógio andarem sem estar em movimento, altiva, perspicaz, esperta, dona do seu próprio destino. Pois é, ela é uma mulher sem medos. Na contramão da opinião alheia, ela é coragem dos pés à cabeça. Nos pensamentos e nas atitudes.
Com a formação de ensino médio completo no Ginásio Diocesano (GD), Mirtes absorveu as principais e mais valiosas disciplinas e lições da faculdade da vida, as quais nenhum banco acadêmico é capaz de ensinar e, baseada no empirismo da vida real, por arriscar e se desafiar, agarrou todas as chances com unhas e dentes e progrediu pessoal e profissionalmente com dedicação, empenho e seriedade de bastidores nem sempre conhecidos do seu grande público admirador.
Quando quer dizer o que pensa, não manda recado, e muito menos leva desaforo para casa. Ela é ela. E ponto.
Mirtes tem um chalé no Salto Caveiras, um refúgio aos fins de semana e feriados. Gosta de frequentar o clube e de passear pelas praias de Balneário Camboriú, cidade onde ela tem apartamento e permanece pelo período de três meses todos os anos. De sentir os raios do Sol e o vento em seus cabelos loiros.
Já encontrou outras celebridades em suas andanças, como o tetracampeão do mundo de futebol, Romário, e o megaempresário catarinense, Luciano Hang.
Ela é um símbolo da Festa do Pinhão, um patrimônio atemporal, uma lenda, ídola com inúmeros fãs por aí e um acolhimento fraterno eterno no coração de lageanos, visitantes vizinhos e turistas de perto e de longe. São longos e intensos 30 anos, ou seja, metade dos seus 65 anos de vida, dedicados à Festa do Pinhão.
Sim, Mirtes acompanhou a Festa já desde sua primeira edição, em 1989, e praticamente todas as evoluções da Festa Nacional do Pinhão. Vivenciou o privilégio das fases iniciais e o sabor da modernidade do evento.
Poucos sabem seu nome oficial, pois ela é a “Mirtes do Bugio”, do “Bugio da Mirtes”. Milhares de pessoas passaram por seu BOX em todos estes anos. Lageanos, amigos de cidades vizinhas e turistas de diversificados municípios, Estados e regiões do Brasil. O deleite, prestígio e honra de tomar o Bugio da Mirtes compara-se a uma trend do Instagram, tipo a “mannequin challenge” de 2016; quem não fez, não viveu direito.
“Bugio raiz”, do modelo rústico, na garrafa de plástico reaproveitada, sem rótulo. Bebida de confiança para quem é de confiança. Artesanal no cerne. Faz rir quem tá “facêro”, faz chorar quem está com dor de amor. Mas o melhor: Aquece rapidinho no frio de Lages, aí o pulso firma e até já dá de cantar bem alto de olho fechado e dançar umas modas bem ritmadas no compasso da “cordiona”.
Mirtes Maria Telli Montemezzo é genuína e pura lageana, tem 65 anos de idade e acompanha a energia, o fôlego e o entusiasmo da garotada de hoje em dia. Desânimo e cansaço são características inexistentes no seu vocabulário, estados físicos e de espírito desconhecidos ao longo da sua vida de obstinação e resultados concretos na sociedade de Lages.
Amada pela família e querida incondicionalmente pelos amigos, a Baby ou Titi, carinhosamente assim apelidada, conquistou não somente bens materiais em sua trajetória como comerciante da bebida mais polêmica do Parque de Exposições Conta Dinheiro, mas confiança, credibilidade, amorosidade, amizade, fidelidade e lealdade de clientes e pessoas que se tornaram seus propagandistas voluntários.
Como ela própria brinca, está em Lages desde que nasceu e reside no bairro Coral. É viúva e mãe de dois filhos - Karyne Telli Montemezzo, que mora na Itália há 20 anos, onde cuida dos filhos, casada com um deputado federal na Itália que trabalha para o Vaticano, e Karlyn Telli Montemezzo, empresário do comércio de automóveis e caminhonetas na sua loja / “garagem” [Karlyn Caminhonetes] situada na avenida Presidente Vargas, sentido bairro Ponte Grande.
Mirtes é filha única. Seu pai, Darcy Antônio Telli, tem 92 anos de idade e é constantemente visitado por ela. Mora pertinho. Sua mãe deixou a vida física e foi ao caminho espiritual em 29 de setembro de 2020. Era Neiva Ana Telli. Mirtes é avó que mima cinco netos. Dos quais, de 13 e dez anos, filhos de Karyne, e três netos - casal de gêmeos com quatro anos e uma menina de um ano - do filho Karlyn.
Mas, e este tal de bugio que tanto cativou o público da Festa do Pinhão, os experientes e os degustadores de primeira viagem? Qual a origem do nome?
Você sabe quem é o bugio, equilibrador da biodiversidade?
A bebida mais contagiante da Festa do Pinhão homenageia um animal típico da Serra Catarinense. Os bugios são macacos do Novo Mundo encontrados em florestas tropicais das Américas Central e do Sul. A espécie dos bugios-vermelhos é a mais comum. Em inglês, seu nome é originário dos gritos cacofônicos que emitem.
Chamado de guariba e macaco barbado, o bugio compõe o grupo dos macacos do gênero Alouatta: Arborícolas, de hábitos herbívoros, corpo forte e cauda longa. Seu traço mais marcante é o som emitido pelos machos que pode ser escutado a longas distâncias. Quando grupos de bugios cantam a plenos pulmões em conjunto, geralmente ao amanhecer ou ao anoitecer, o som pode ser ouvido a até cinco quilômetros de distância.
A classificação do Bugio é:
A vocalização destes animais varia conforme a informação que deseja ser passada. O filhote emite sons curtos e prolongados, enquanto dos jovens e das fêmeas são entrecortados e graves. O som emitido é uma mensagem clara para outros macacos: Este território já está ocupado por um bando. Podem indicar que está na hora de andar, alimentar-se, ficar em alerta ou chamar a fêmea para o acasalamento. Os sons emitidos podem se assemelhar a gritos, latidos, rugidos e ao roar.
O macaco bugio pode ser encontrado no Brasil desde o Sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, sempre próximo a regiões florestais. No exterior é visto ao Norte da Argentina, na região da Província de Misiones. Alguns estudos indicam a presença do grupo no México e até mesmo em região de savana.
Seu comprimento pode variar entre 30 a 75 centímetros e sua pelagem consiste em tons de preto, castanho (marrom) e ruivo. Durante o deslocamento utiliza a cauda preênsil para auxiliar, anda de forma vagarosa e utiliza metade do seu dia para o repouso. A alimentação é basicamente de folhas, mas ingerem flores e frutos.
São animais sociais, vivendo em grupos familiares, geralmente, de três a 15 indivíduos, mas podendo chegar a 40 indivíduos, sempre liderados por um macho. Das relações sociais praticam a catação entre os indivíduos como modo de estreitar laços e demonstrar submissão. A reprodução acontece o ano inteiro e a gestação dura, aproximadamente, cinco meses, nascendo normalmente apenas um filhote.
Os bugios estão descritos na literatura em quatro espécies. Duas delas apresentam risco de extinção. A principal causa para a extinção destes animais é a caça predatória em razão da carne, utilização de sua pele, o desmatamento e a morte dos indivíduos por pessoas que moram próximas a áreas de proteção ambiental onde estes animais se encontram por ser considerado, erroneamente, que eles transmitem a febre amarela.
Macaco bugio-ruivo (Alouatta guariba)
O macaco bugio-ruivo desempenha um papel crucial na natureza como indicador da saúde dos ecossistemas da Mata Atlântica, onde habita. Sua presença e comportamento são indicativos do equilíbrio ecológico da região, uma vez que sua alimentação à base de folhas e frutas contribui para a dispersão de sementes, promovendo a regeneração das florestas. Além disso, sua presença nas copas das árvores ajuda a controlar as populações de insetos, desempenhando um papel importante na regulação da biodiversidade.
Bugio também é dança
Bugio é uma dança criada no Rio Grande do Sul, que imita os passos do animal [bugio] quando se locomove entre as árvores.
Gênero musical bugio: Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul
Enraizado nos Campos de Cima da Serra, o primeiro e único gênero musical genuinamente gaúcho, bugio, está prestes a ser elevado. A origem do gênero musical bugio remonta a distintas narrativas históricas, variáveis conforme as regiões, mas é amplamente reconhecido como um dos estilos musicais representativos da cultura regional. Independentemente da origem exata, o ritmo se consolidou como uma importante referência identitária para diversas comunidades gaúchas. Está em processo de reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul.
Bugio nos instrumentos
Tradicional expressão musical gaúcha, o bugio qualifica-se por seu ritmo sincopado e pelo uso expressivo do acordeon.
Incontáveis canções com protagonismo do bugio
Um dos maiores e mais conceituados grupos musicais gaúchos, Os Serranos, possui várias canções em que o bugio é o principal fator: Bugio Novo, Bugio do Rio Grande, Bugio dos Bailes, Bugio da Fronteira, Bugio do Chico e no Costado do Bugio. Bugio do Rancho é do Grupo Cordiona; Balanço do Bugio, do Porca Véia; Bugio do Velho Duca, dos Garotos de Ouro; Bugio Relaxado, de Os Monarcas; Bugio Cola Atada, Os Mirins, e A Dança do Bugio, de Os Mateadores.
Que nostalgia, hein! O inédito e exclusivo Bugio enfeitiçador: Vamos deixar a própria Mirtes contar um pouco da sua história de vida, passando pelo início da sua carreira, as dificuldades, vitórias, até tocar a estrela do sucesso
A audaciosa Mirtes: Como foi a sua vida profissional na juventude?
“Comecei com 16 anos em um escritório de contabilidade. Com 18 anos entrei no Bradesco através de concurso como digitadora, fiquei por sete anos. E na época já tinha casado com 21 anos, e com 22 já tive a Karyne. Financiei um caminhão 1519 ‘caixa seca’ e fui ‘pro’ trecho com o marido, a Karyne foi junto, e eu de motorista também, ‘pra’ pagar o caminhão. Trabalhei cinco anos com caminhão viajando o Brasil como trecho.”
Os mecânicos com mais tempo de atuação sabem bem o que significa o termo “caixa seca”, exposto por Mirtes. Um tipo de câmbio (transmissão) em veículos, em que a embreagem é do tipo “seca” (sem óleo). Este tipo de caixa de câmbio é mais comum em veículos mais antigos. A principal propriedade é a troca de marchas que exige mais habilidade do motorista, pois a embreagem não é tão suave como em caixas sincronizadas.
O início deste “namoro” com a Festa do Pinhão
Na Festa do Pinhão por 30 anos - Desde 1989 até 2019
“Entrei na primeira Festa, comecei vendendo chocolate quente, e dois anos depois já comecei a vender [bugio]. O nome da minha barraca era BOX da Mirtes. Meu filho hoje tem 36 anos e lembro que naquele ano ele ainda estava no bebê conforto.”
Nos seus 30 anos de Festa, Mirtes afirma não ter havido concorrente vendedor de bugio.
Um BOX repleto de quitutes e bebidas quentes e geladas para desfrutar a Festa do Pinhão
Mirtes simplesmente montou uma filial de uma lanchonete e um “pronto-socorro da bebida” e loja de conveniência dentro do Parque de Exposições Conta Dinheiro para atender seu público. Atrevida e corajosa, não se assustou com a nova instigação. Para ela tudo o que aconteceu serviu de combustível como provocação e estímulo pessoal e profissional. E como uma araucária imponente e fértil, o negócio rendeu bem ao satisfazer os anseios da “galera”. Logo fluiu e naturalmente funcionava dentro dos conformes esperados.
No BOX da Mirtes tinha:
Chocolate quente
Choconhaque
Quentão
Ponche
Pinhão
Café com leite
Café sem leite
Todos os tipos de bebidas destiladas
Vinho branco
Vinho tinto seco
Vinho tinto suave
Caipirinha de vinho
Cerveja
Refrigerantes
Água
Todos os tipos de chiclete e balas
Misto quente
Cigarros
De onde surgiu a ideia peculiar e, de certa maneira, excêntrica, de vender bugio na Festa do Pinhão?
“Meu pai é caçador e pescador e era amigo do senhor que tinha esta bebida no interior. Ele trouxe, me mostrou, eu achei boa e comecei a vender na Festa.”
Seu estabelecimento ficava instalado sempre no mesmo ponto dentro do Parque de Exposições?
“Não. Começou e ficou por 25 anos em três lugares, onde é a entrada no Parque.”
Mirtes não participava do Recanto do Pinhão Aracy Paim, anualmente era uma atração à parte no Parque de Exposições Conta Dinheiro.
Abria e fechava em que dias e horários?
“Aberto 24 horas, todos os dias, sem parar.”
Mas, explica aí, Mirtes, a quais motivos você atribui esta fama arrebatadora do bugio e, é claro, sua?
“Pela bebida ser barata, boa, e só eu tinha.”
Quais os segredos deste bugio?
“Bugio é uma bebida retirada da cana [de açúcar]. A cachaça vem da cana, junto com o melado da cana e fervida com ingredientes crioulos e preparados com ervas. Sem agrotóxico, sem sódio. Totalmente crioulo. O senhor que preparava já é falecido, era feito no interior [área rural].” Cachaça fervida ao longo de três dias com melado e ervas.
O porquê desta febre, esta sensação lageana tão procurada por homens e mulheres?
“Porque era uma bebida alcoólica boa, docinha, que esquentava o peito e, além de tudo, barata.”
Quais as edições da Festa foram as mais especiais para você, Mirtes?
“As primeiras, por descobrir que eu gostava disto, de lidar com o povo. Gosto da noite, gosto de música, gosto de gente.”
Quanto era possível vender em uma única noite de movimento bom na Festa?
“Sempre dependendo da noite ‘né’?! Se estava frio e fosse fim de semana. Mas, em uma noite normal de movimento na Festa, de frio, acredito que vendia uns 50 litros de bugio, não em um domingo, segunda, terça, não em um dia em que chove, não em dias quentes. Aí diferenciava. Em noites quentes não era o bugio que se comercializava mais. Era pouco quentão, pouco ponche, pouco choconhaque, chocolate quente. Em noites quentes era cerveja, por causa do calor.”
Um recorde impressionante e assustador: Primeiro show de Victor & Léo na Festa do Pinhão de Lages com mais de 53 mil pessoas em 2008
No hall dos recordes de presença em edições da Festa Nacional do Pinhão, a dupla de música sertaneja romântica [os irmãos Victor & Léo] protagonizou um dos recordes históricos de público das noites no Parque Conta Dinheiro, no ano de 2008, em sua estreia, na 20ª edição, e em sua explosão por todo o Brasil. Número superior a 53 mil pessoas. Para Mirtes, um troféu nos negócios!
“Na noite de Victor & Léo, quando ‘estourou’ o Parque de tanta gente, vendi mil litros de bugio. Foi o primeiro ano de Victor & Léo, quando a dupla ganhou o Brasil.”
No fim de maio de 2016, Victor & Léo estiveram em Lages pela 6ª vez na Festa do Pinhão e mantiveram o recorde de maior público em todas as edições do evento. Nove anos atrás, Victor & Léo viajavam o Brasil para divulgar e fazer shows com músicas do álbum e da turnê “Irmãos”, com os sucessos “10 minutos longe de você”, “Na linha do tempo”, “Tempo de amor” e “Vai me perdoando”, e seus clássicos, como “Fada”.
Dois anos depois (2010), do mesmo modo, conquistando o país e igualmente em estreia na Festa do Pinhão, o jovem Luan Santana carregou praticamente este público, com 52.991 pessoas. Informalmente, há quem diga que o show dos Titãs, em 1996, levou 60 mil fãs à Festa.
Em 2017, Victor & Léo se exibiram na Festa do Pinhão pela 7ª vez. Bruno e Marrone, Jota Quest, Victor & Léo, Skank e Luan Santana são os recordistas de presença da Festa do Pinhão.
E o preço, era bom para ter tanta gente atrás?
“Quando comecei a comercializar, o copo de 300 ml de bugio era vendido a R$ 5, mais ou menos por aí.”
Você tinha funcionários?
“Sim. A cada mudava alguns, outros ficaram por alguns anos e outros alguns dias.”
“Quem vê close não vê corre”: E os bastidores que quase ninguém vê?
“Eu ia comprando gelo durante a noite. Comprava e pagava. Comprava os garrafões de vinho durante a noite. Comprava e já pagava. E tinha o valor do ponto. Guardava o dinheiro da noite e duas horas da tarde já tinha que abastecer o BOX de bebidas, açúcar ovos, café, presunto, queijo, pão, bebidas alcoólicas, vinhos, tudo, e já pagava à vista porque não podia ser fiado. O BOX tinha de pagar antecipado. Então o lucro da Festa do Pinhão ‘pra’ mim era da última sexta-feira, sábado e domingo porque pagávamos despesas todas em dia, e tinha que pagar aluguel de geladeira que nos forneciam, e gás com bujão cheio era uns quatro, pois não tinha como pegar à meia-noite, por aí. E na loja em que eu comprava os doces e também cravos, canela, e gengibre para por no quentão. O que mais ia era o açúcar pelo fato de ocupar na gemada e nas claras em neve para o ponche e quentão, no chocolate quente, café e caipirinha. É muito estoque que tem de ter de leite, de cacau, enfim, ia comprando e pagando, e assim até acabar a Festa. Quando eu saía do Parque que eu via o que sobrou de tudo e era muita coisa. Eu ia nos lugares, em bares, e levava chiclete, vamos supor. Bebidas ficavam para o próximo ano. Ovos tinha que vender, leite eu congelava em casa. Sobrava bastante moedas e notas pequenas [de dinheiro, em cédulas] que eu deixava de troco para o próximo ano.”
Financeiramente, valia a pena integrar o seleto grupo de comerciantes dentro do Parque Conta Dinheiro, desta loucura viciante?
“‘Pra’ mim valia, mas trabalhava direto ‘né’?! Dez dias antes, dez durante e dez depois de acabar a Festa. Uma renda extra uma vez por ano.”
E faturamento, Mirtes, como era?
“Na época eu pagava os funcionários todos os dias, a entrada deles, as refeições, o estacionamento ou o táxi e o ponto. O que me sobrava de mercadoria que eu já tinha comprado era lucro. Não faço ideia na época de quanto era o lucro porque ia vendendo as mercadorias em bares que eu frequentava e descontava, e isto levava alguns meses até acabar”, conta Mirtes, achando graça. “Mas prejuízo dá. É só trabalhar que ganha dinheiro. Quando eu ‘pegava’ uma Festa com chuva a Festa inteira, daí era ‘seis por meia dúzia’. Mas, quando ‘pegava’ uma Festa inteira com Sol de dia e sem chuva à noite, aí sobrava dinheiro.”
Você se refere à Festa do Pinhão como uma renda extra. Qual era o negócio principal?
“Tive loja de confecções por mais de 30 anos.” A empresa à qual Mirtes se refere é a Kacemy - Point Modas, no bairro Coral.
De que lugares do planeta eram os consumidores?
“Cidades? Não tem nem como lembrar de tudo. Várias, várias cidades, várias. Eu acho que quem foi na Festa do Pinhão foi no meu BOX. Estados? São Paulo, Rio de Janeiro, e países, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia. E muita gente de fora para trabalhar.”
Artistas se renderam à paixão pelo bugio?
“Que provou o bugio que eu sei e vi, foi o Leonardo. Eu entreguei ‘pra’ ele no palco.” O cantor sertanejo de sucesso na década de 1990, especialista em bebidas fortes e sócio proprietário da Cachaça Cabaré, saboreou o bugio serrano e aprovou, satirizando, sem pensar: “Esse é o tal do bugio, gente. Bugio, você bebeu, você caiu!”
O vídeo pode ser encontrado e visualizado nas redes sociais e a Mirtes não perdeu a hora de “tirar uma casquinha” e pedir uma foto com este que é um dos maiores artistas do país, conhecido por seu jeito simples, “da roça” e sincero de ser. A garrafa de bugio ele levou de presente de Lages após sua aparição e exibição musical na Festa do Pinhão.
E qual quantidade de bugio foi possível vender em três décadas de Festa do Pinhão?
“200 ml a base; são cinco por um litro, imagina o tanto! Dez copos, dois litros; 100 copos, vinte litros; mil copos, 200 litros, e dez mil copos, dois mil litros. Acho que vendi uns dez mil litros em 30 anos de Festa.”
Não era uma época de redes sociais, de “curtidas”, comentários, compartilhamentos, directs, stories e status, então como era o feedback cara à cara? Mesmo assim, Mirtes vivenciou os efeitos das redes sociais em seu trabalho, como Orkut, Facebook, Instagram e WhatsApp. Mas nada como o olho no olho, o sorriso, o abraço e as palavras ao vivo, não é?
“Que eu saiba, as pessoas diziam que ir na Festa do Pinhão e não provar o ‘Bugio da Mirtes’ é porque não sabe o que é Festa e o que é o famoso ‘Bugio da Mirtes’”, recorda, orgulhosa.
Quais as alegrias e espinhos de se trabalhar em um evento como o porte da Festa Nacional do Pinhão?
“Alegrias são muitas, e dificuldades ‘pra’ mim foi sempre o frio. Não é fácil, pois é tudo aberto lá na entrada.”
Você conseguia arranjar um tempo e escapar para aproveitar a Festa um pouquinho? Reservava alguns minutos para assistir um show do qual gostava? O que “curtia” ver e fazer na Festa?
“Nas noites calmas sim, eu conseguia. Sobre algumas atrações nacionais, eu dava uma ‘fugida’ depois do movimento de entrada e ia ver. Gostava de às três horas da tarde ir secar o cabelo no Sol, naquele silêncio, daí colocava uma música minha ‘pra’ ouvir, porque a noite era ‘força’ de som.”
Quais artistas do cenário nacional você pôde conhecer de pertinho?
“Conhecer, vários. Conversar, não vou lembrar o nome de todos, mas Dante Ramon Ledesma foi um que conversei muito, e o último foi o Leonardo.”
Fama e mais fama
De acordo com Mirtes, no espaço de acesso ao Backstage da Festa Nacional do Pinhão de 2022, havia cartazes com fotos de artistas, como Zé Neto e Cristiano, com uma pergunta divertida: “Alô, Mirtes, cadê o Bugio?” Imagens “viralizadas” em postagens de páginas de humor na Internet.
Participação em fortes eventos
Mirtes participou de edições do Fashion Hair, um dos mais importantes eventos de estética e beleza de Santa Catarina. “Eu era famosa no Fashion Hair”, brinca Mirtes, sempre “pra cima”. As edições do evento possibilitaram-lhe conhecer artistas “globais”, como o ator Henri Castelli e o vencedor de reality show, Diego “Alemão”.
Ela e seu Toyota no desfile de 7 de Setembro
Esta “figuraça” lageana está em todas e não perde uma! Mirtes inclusive já dsfilou com seu jeep Toyota nas comemorações da Independência do Brasil - 7 de Setembro.
Tanto brilho derrubou a Internet
Mirtes relembra com afeto de um episódio em uma entrevista concedida a uma emissora de rádio. A audiência foi tanta, com dez mil ouvintes, que a transmissão chegou a cair, sendo restabelecida logo após. Várias entrevistas dadas, inclusive a canais de comunicação digitais e publicações em colunas sociais em jornais impressos.
Uma história de Festa do Pinhão?
“Uma guria tomou seis copos de bugio e ficou firme. Já um homem tomou um copo e não foi tão resistente.”
Foi uma decisão parar, Mirtes?
“Não decidi parar. Trabalhei até 2019. Em 2020 e 2021 não ‘teve’ [os eventos com aglomeração de pessoas foram suspensos por tempo indeterminado no Brasil até a eliminação da doença Covid-19, gerada pelo novo coronavírus], e em 2022 tudo mudou.”
O que mais marcou você enquanto empresária?
“Aprender a lidar com funcionárias.”
As lições aprendidas e as ensinadas por circunstância da Festa do Pinhão
“Eu reclamando de frio e bem agasalhada, bebendo chocolate quente e ganhando dinheiro. Vendo, às cinco horas da manhã, as mulheres e homens que chegavam no Parque ‘pra’ limpar os ambientes naquele frio, no tempo, me cortava o coração de ver. Eu vendia café e misto quente também, ‘daí’ falei para meus funcionários para dar o café ‘pra eles’. Ensinei que dinheiro não tem coração.”
E o que mais marcou você enquanto visitante da Festa?
“Ver a Festa cheia de turista me orgulha.”
Para ao apaixonados, aquelas pessoas com saudade e chegam a salivar e ter água na boca só de lembrar, dá tempo de tomar um bugio?
“Eu tenho a última safra de 2017, quer comprar?”, pergunta Mirtes, aos risos, todavia, sem perder o feeling do empreendedorismo.
Realeza na família
Mirtes nutre um relacionamento profundo com a Festa Nacional do Pinhão, caso de realeza. Sua filha Karyne Telli Montemezzo foi rainha da Festa do Pinhão em 2000 [desfile de concurso foi em agosto de 1999]. O vestido de particularidade, na cor verde escuro, semelhante à erva-mate, com elementos da Serra, como araucárias, pinhões, taipa, planícies e geada, como uma obra de arte de pintura em tela, foi confeccionado especialmente para ela.
Mirtes é tia de Daniela Telli, rainha da Festa em 1995, e de Paloma Telli, primeira princesa da 26ª Festa Nacional do Pinhão, em 2014.
Mirtes, a mãe coruja de uma beldade
Karyne Telli Montemezzo ficou conhecida amplamente no Brasil e no exterior por sua beleza, carisma e desenvoltura em concursos. Ela coleciona os títulos de Garota Verão de 1998; Musa Verão Santa Catarina de 1999; vice-musa Brasil, e 3º lugar Miss Global Turismo.
Uma das mais notórias conquistas de Karyne foi o Miss Brasil Turismo (Tur) em 1999 [A PRIMEIRA SERRANA A CONQUISTAR UM TÍTULO NACIONAL DE BELEZA] - rendeu capa de jornal e publicações em nível local, estadual, nacional e internacional, e homenagem na Festa dos Destaques. De Lages para o mundo, assunto e notícias em diversos veículos.
Depois desta vitória em um dos concursos de beleza mais relevantes do mundo, o Miss Brasil Tur, Karyne retornou a Lages, de Curitiba, e desfilou em carro aberto [da sua mãe] pelas ruas da cidade.
Em virtude de ser Miss Brasil Tur, a garota cumpriu compromissos nacionais e estrangeiros. Ela era embaixatriz do Turismo Rural. Nesta passagem, Karyne representou Lages e o Brasil no Vietnã e Rússia. Ainda em decorrência do Miss Brasil Turismo (Tur) 1999, Karyne representou o país no Equador, Moscou (capital da Rússia), Vietnã, Malásia e Bahamas.
A lageana foi ao Miss Turismo do Mundo, em solenidade em Moscou, em que conquistou o 3º lugar. Miss Simpatia e Miss Bikini. Karyne esteve, aliás, no Concurso American Dreams, nas Bahamas. Em 2000 esteve em Montevidéu, capital do Uruguai, na Festa do Mercosul, quando Lages recebeu o título de Capital do Turismo Rural do Mercosul.
Um baú de lembranças
Mirtes tem amplo orgulho dos filhos. Karlyn na área empresarial automobilística, e Karyne, que já foi modelo do Léia Salão, renomada empresa do ramo da beleza no Estado, e desfilou em bailes de Carnaval realizados pelo Clube 14 de Junho, tradicional na sociedade de Lages.
A moça começou sua trajetória em 1996, já com o título de rainha do Clube Caça e Tiro 1º de Julho, e depois do Inter Clubes de Lages, no Clube Princesa da Serra. Em 1997 foi eleita Garota Réveillon RBS/SC, em Criciúma. Um ano após, Garota Verão, em Lages. Em 1999, Musa Santa Catarina, em Balneário Camboriú. No mesmo ano, vice no concurso Musa Brasil, em Salvador, Bahia.
A mãe guarda todas as conquistas de Karyne com apreço, como tantos e tantos recortes de jornal, e o seu vestido de rainha da Festa do Pinhão de 2000.
A filha de Mirtes no tradicionalismo
Os tinos da beleza, fotogenia, comunicação e artes entraram cedo na vida de Karyne. Quando criança, 1º lugar mirim em um concurso de declamação, pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Barbicacho Colorado, no qual ingressou aos cinco anos de idade.
Mirtes gostou do novo formato da Festa e vai todas as noites
“A partir de segunda-feira [9 de junho] quero ir todas as noites na Festa do Pinhão prestigiar todos os artistas. Na segunda à noite, embora com chuva e frio eu fui, meu primeiro dia de Festa do Pinhão em 2025. Eu me arrumei e fui tomar um quentão na Festa do Pinhão no Calçadão. Gostei do espaço, é bonito e aconchegante. Gostei do artista que estava cantando e cantei junto. Boas as músicas. Gostei desta que estava passando agora, a ‘Guri’. A Festa do Pinhão já está sendo TOP pelo o que vi nas redes sociais, e ‘tá’ sendo bem elogiada. Vou aproveitar a vida sempre que eu puder com saúde”, prospecta Mirtes.
Na noite de 9 de junho Mirtes assistiu ao show de Ricardo Porto e Banda e encontrou a prefeita Carmen Zanotto, a secretária do Turismo, Ana Vieira, e a realeza da Festa, rainha Amanda Bianchini Moraes; primeira princesa, Lariane Rodrigues, e segunda princesa, Alice Cunha Ramos, com quem fez pose para fotos e selfies.
Um dia depois, já na noite de terça-feira (10 de junho), a vez de Paulinho Guazzelli e Ana Learth e Rafael Puerta. Em 11 de junho, Cristiano Quevedo embalou a noite de quarta da plateia. No Dia dos Namorados, 12 de junho, Mirtes foi à Festa e assistiu a Hermanos Guedes e Camerata Florianópolis e os Clássicos da Música Sertaneja.
Mirtes relembrou os bons tempos de Festa do Pinhão e reencontrou amigos na Rua Coberta - Rua Nereu Ramos, cumprimentou-os com abraços, beijos, conversou com todos e posou para fotografias. Nem o casal mascote da Festa do Pinhão, as Gralhas Azuis, resistiu à abordagem da Mirtes. Teve foto também, para guardar à posteridade.
A 35ª Festa Nacional do Pinhão - Edição Raízes - Tradição que se renova em Festa é promovida pela Prefeitura de Lages e Governo do Estado de Santa Catarina/Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Havan e Sicoob, com patrocínio de Tirol, Fort Atacadista, London Associação de Benefícios/Proteção Patrimonial e Minusa, e apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages e Ingresso Nacional.
Em um comparativo entre as festas de antigamente e as de hoje em dia, uma análise
“Cada Festa é única, cada ano muda alguma coisa e o trabalho é para que seja sempre melhor.”
Conselhos, recomendações e dicas para os empreendedores do comércio, prestadores de serviços, profissionais de eventos, trabalhadores vendedores no e-commerce (Internet), influencers, para conquistar e fidelizar clientes, obter renda e lucros e tornar o negócio longínquo?
“Mostrar que caráter e credibilidade para que as pessoas possam confiar. A personalidade de uma pessoa faz diferença.”
“Jipeira” e dona da badalada festa de aniversário, o Niver da Mirtes Baby, com milhares de convidados
Dona de um jeep Toyota dourado que circula imponente pela cidade, o único de Lages, todo “invocado e marrento”, cheio de personalidade, igual à dona, Mirtes gosta de trilha, de velocidade, sujar o carro de barro e sentir a adrenalina “nas alturas” e o coração batendo mais forte. Já andou de jeep por “tudo quanto é canto” - estrada de chão batido, campos, lama, alagados, riachos, rios. De Coxilha Rica para mais longe. Pelo Transcatarina, jornada de expedição para os “loucos” por off-road e pelo Jeep Clube Independentes, de Lages.
“Adoro aventura, só ando de Toyota e adoro a natureza, barro, mato, Sol nos campos e pinheiros e rios de Lages por onde passamos com os 4X4, e pura emoção e paz de espírito em estar no mato.”
“Meu ‘niver’, pelo fato de eu gostar de festas, é bastante gente conhecida, e ia convidando e foi aumentando, até que chegou a 1.500 pulseiras que distribuí de graça para as mulheres, e homens pagavam dez reais se fosse pegar a pulseira comigo e na Chácara Bom Jesus, onde foram as últimas, também que lotou com giro de mais de duas, três mil pessoas. Era muito bom os ‘niver’ com cinco atrações, clareava o dia e a festa continuava. A galera é top.”
“Bom, hoje continuo nas festas, óbvio. Toda noite tenho onde ir, graças a Deus.”
No ano passado, 2024, a festa “Aniver da Mirtes” aconteceu no Bar & Boate Cosmos, em 6 de dezembro, com quatro atrações: DJ Neto, Dryka, João Lucas e Gabriel e participação especial de Fred Edson. E pulseiras “free” disponíveis e copos personalizados para levar embora como lembrança. Antes da festa na boate houve um “esquenta” no bar, mais cedo. Em outra festa, na Chácara Bom Jesus, o Niver da Mirtes ofereceu aos convidados, entre outros agendados, os shows de Malbec Trio e do DJ Jorge Brecciani.
E o que você faz hoje em dia?
“Fico em casa de dia, e de noite nos bares da city.”
E nas suas horas de descanso, de lazer, de silêncio?
“Durmo.”
Sua crença, Mirtes?
“Acredito em Deus, baby. Sou católica e gosto de rezar.”
Sua fonte de renda nos dias atuais?
“Aposentadoria e uma casa alugada.”
Você está em uma nova fase da sua vida, Mirtes?
“Nova fase por não trabalhar mais.”
E se falarmos em saudade, quem vem a sua mente?
“Saudades da minha mãe.”
E seus pais?
“Se estou neste mundo é por causa deles.”
Você sempre foi assim, espontânea, querida, carismática?
“Espontânea sempre. Querida, não com todos [risos], achoe e carismática ‘pra’ quem sente, né?!”
Quem é a Mirtes?
“Pois é [kkk], Mirtes é diferente.”
Sentiu saudade da Mirtes, das suas conversas, gargalhadas e histórias? Então segue e adiciona ela em seus perfis nas redes sociais
@mirteskacemy no Instagram e Kacemy Mirtes ou Mirtes Kacemy no Facebook.
Quais seus planos pessoais e profissionais para o futuro?
“O que Deus quiser.”
O que deseja para Lages?
“Que consigam tirar os ‘moradores de ruas’ dos lugares desprotegidos, porque o frio é triste.”
Como avalia ser um Orgulho Lageano?
“Eu tenho orgulho de ser Lageana e o legal é ir em todos os lugares e sempre ter pessoas que me conhecem e dizem um ‘oi’, por exemplo.”
Para você, o que é a Festa do Pinhão?
“A maior festa de Lages, e eu adoro festas, ‘né’?!”
O que é Lages para você?
“Lages é meu orgulho, é tudo de bom.”
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Fábio Pavan, Nilton Wolff e Arquivo pessoal/Divulgação
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