Fotos: Fábio Pavan Em operação há quase 50 anos, ETA do bairro Popular passa por vistoria para identificação de possíveis avarias em sua estrutura. O levantamento técnico trará informações específicas sobre a inspeção e execução de procedimentos de terapia estrutural e impermeabilização da construção
Entre esta quarta e quinta-feira (15 e 16 de outubro), uma equipe técnica especializada em engenharia consultiva da empresa Petra Consultoria fará uma avaliação estrutural da Estação de Tratamento de Água (ETA 1) de Lages, situada na avenida 1º de Maio, no bairro Popular, junto à Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa).
Com cerca de 50 anos em operação, esta ETA foi construída em concreto armado e chicanas (divisórias) em madeira. Sua capacidade nominal é de 600 litros por segundo e está dividida em dois módulos de 300 litros por segundo, cada um. “Por estar há tanto tempo em operação, a vistoria e a avaliação de toda a estrutura são de extrema importância para garantir a segurança, eficiência e durabilidade do sistema de abastecimento de água em nosso município”, argumenta a prefeita Carmen Zanotto.
Essa avaliação, segundo o diretor de operações da Semasa, Luan Ramon da Silva Casagrande, servirá de suporte para analisar a vida útil da estrutura. “A Estação de Tratamento de Água 1 de Lages está em operação desde os anos 1970 e, com o resultado desse trabalho de profunda análise estrutural, saberemos quais medidas tomar para futuras melhorias de infraestrutura”, explica.
A análise identificará, detalhadamente, as condições físicas e estruturais da ETA, envolvendo inspeções visuais, ensaios e testes específicos nos elementos de concreto e nas estruturas associadas. O objetivo é identificar possíveis desgastes, fissuras, infiltrações ou outras ocorrências que possam comprometer o desempenho e a durabilidade da ETA.
Considerando o tempo em que está em operação, o serviço de avaliação contempla a elaboração de parecer técnico, com relatório de inspeção e ensaios estruturais da ETA , os quais requerem a verificação de sua integridade e desempenho. “A Estação de Tratamento de Água é responsável por todas as etapas do processo de tratamento, como coagulação, floculação, decantação e filtragem, que exigem condições estruturais adequadas para funcionar corretamente. Manter a integridade das estruturas da ETA é fundamental para assegurar a qualidade da água distribuída à população, evitar riscos operacionais, minimizar perdas e prevenir interrupções no fornecimento”, enfatiza Luan.
Os desafios encontrados para trabalhar com uma estrutura de cerca de 50 anos em operação e uso contínuo são muitos e Luan destaca a necessidade de manutenção e reavaliação periódica. “Com o passar dos anos, o concreto e demais materiais sofrem desgaste natural, especialmente em estruturas submetidas a contato direto com a água e às pressões hidráulicas inerentes ao processo de tratamento. A avaliação busca justamente identificar quais pontos necessitam de reforço ou recuperação”, reitera.
O que a equipe está fazendo
Entre os trabalhos avaliativos da empresa Petra Consultoria estão os ensaios destrutivos e não destrutivos nas estruturas da ETA, que consistem em obter informações da obra por meio de coleta de dados de campo para identificar as causas das anomalias e manifestações patológicas presentes. A ação é feita por meio de coleta de amostras dos substratos para análise in loco e em laboratório. Alguns dos ensaios realizados são: extração de testemunhos para rompimento à compressão, medição do teor de cloretos, medição do teor de sulfatos, medição de fissuras e trincas, esclerometria (método que avalia a dureza superficial do concreto para estimar sua resistência à compressão) e ultrassonografia.
O relatório final deverá apresentar um diagnóstico completo da estrutura, indicando o nível de integridade das construções e permitindo conhecer a real condição da edificação quanto à sua durabilidade, vida útil, conservação e segurança. Com base nesses resultados, será possível planejar adequadamente os procedimentos de terapia estrutural, incluindo eventuais reparos, reforços ou melhorias na impermeabilização.
A pós a etapa dos serviços de campo, a empresa responsável deverá entregar o parecer técnico completo em 60 dias. A execução dos trabalhos não interfere no fornecimento de água à população, sendo garantida a continuidade do abastecimento em todos os locais. “Esses cuidados são fundamentais para assegurar a segurança operacional e a confiabilidade do sistema de abastecimento de água, promovendo a segurança hídrica da população”, complementa Luan.
Texto: Silviane Brum
Fotos: Fábio Pavan
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