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Fotos: Fábio Pavan Esta não é a primeira vez que João Maria mostra seu talento no Recanto do Pinhão, embora não em cima do palco, mas pela praça, nas esquinas, onde tiver gente querendo ouvir e sentir a sua alegria contagiante
A correria e a rotina diária no Centro da cidade, com pessoas circulando em ritmos frenéticos para não chegarem atrasadas aos seus postos de trabalho, ganharam um sabor especial com a chegada da 35ª Festa Nacional do Pinhão. Agora, uma pausa para ouvir a música tocando, uma paradinha nas bancas de gastronomia típica para saborear um entrevero ou uma paçoca de pinhão bem caprichada, um chocolate quente para esquentar as mãos nas manhãs e tardes frias que os lageanos tão bem conhecem.
E nos intervalos das apresentações musicais, sendo trilha sonora para os mais apressados e também para aqueles que tem um tempo de sobra para aproveitar a festa e seus atrativos, seu João Maria Martendal garante a animação. Em plena segunda, terça ou quarta-feira, quem passa pela esquina entre as ruas Correia Pinto e Nereu Ramos, bem em frente ao calçadão da Praça João Costa, o encontra, com seu fiel companheiro, um acordeon, entoando músicas gaúchas e tradicionalistas.
Entre as preferidas estão as do famoso Teixeirinha, dos Bertussi, do Porca Veia e algumas autorais, aproximadamente dez composições. Uma, em especial, compôs para sua amada esposa com o nome “O dia em que te conheci”.
Muitos param a observar a desenvoltura deste senhor tão animado, conversam, trocam ideias, deixam sua colaboração e seguem, cada um com um pouquinho desta experiência. Natalino Zilli veio de Urubici prestigiar a festa e parou na esquina só para ouvir as músicas do seu João Maria. “Eu tinha que resolver algumas coisas aqui em Lages e aproveitei para dar uma olhada na Festa. Ficou muito melhor no centro do que no Parque de Exposições, porque qualquer pessoa tem acesso, basta vir e aproveitar”, diz.
Natural de Abdon Batista, mas lageano de coração há 35 anos, seu João Maria ganha a vida vendendo pães caseiros que ele e sua esposa produzem. Tem a música como um hobbie desde os tempos de mocidade, quando tocava bailes gaúchos pelo interior. “Aprendi a tocar acordeon com meu pai, tinha uns 13 anos de idade. Ele não sabia o nome das notas musicais, mas me deu uma boa base para iniciar. Ao longo da vida também aprendi a tocar violão e teclado”, conta.
Esta não é a primeira vez que João Maria mostra seu talento no Recanto do Pinhão, embora não em cima do palco, mas pela praça, nas esquinas, onde tiver gente querendo ouvir e sentir a sua alegria contagiante. Em outros anos já participou da festa, do seu jeitinho, tocando a gaita e deixando o centro da cidade mais vivo e musical. E garante, estará pelo centro durante todos os dias de Festa do Pinhão. “Venho animar as pessoas e me animar também. A festa está muito boa este ano, o centro da cidade está cheio de gente alegre, os ares são outros”, comenta.
Texto: Aline Tives
Fotos: Fábio Pavan
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