Bicampeão da Sapecada da Canção Nativa, com “Canta Catarina” e “Herdeiro do Contestado” tem quase 50 mil seguidores no Instagram
O mundo desconhece alguma pessoa que deu seus primeiros passos ainda na infância, nascido ou criado, de berço ou de coração, em Lages, Serra ou de Santa Catarina, que tenha cansado de ouvir ou cantar nem que seja por somente única vez uma canção majestosa considerada um hino aos pisadores de geada fria. A música Canta Cataria é respeitosamente apreciada e famosíssima em campos catarinenses, sobretudo, os lageanos. E nunca é tarde para relembrá-la, ainda mais em tempos de Festa Nacional do Pinhão. Assim como uma honra recordar do criador desta obra de arte, o artista inspirado no pinhão, gralhas azuis, a relação com a natureza através do cavalo, Coxilha Rica e seu distinto povo, o poeta Elton Saldanha. “Participo desde a 1ª Sapecada. Tenho boas lembranças e amizades que estimo em Lages. Compus uma música quando estava chegando na Festa e o nome é ‘Tô Chegando em Lages’.”
Nesta 35ª Festa Nacional do Pinhão - Edição Raízes - Tradição que se Renova em Festa, será um feriado prolongado de Corpus Christi especial para Lages e Turistas. No sábado (21 de junho), Elton Saldanha lidera a programação do evento, às 20h, no Palco do Recanto do Pinhão Aracy Paim, centro da cidade. “Agradeço a organização da Festa Nacional do Pinhão pela oportunidade de cantar mais uma vez neste grande evento e à comunidade e amigos que nos recebem”, elogia o artista, que detém 49,8 mil seguidores em seu perfil no Instagram.
Tradicionalmente, Elton Saldanha é uma das marcas registradas das edições da Festa Nacional do Pinhão, especialmente da Sapecada da Canção Nativa, um dos maiores festivais de música nativista da América Latina, promovido dentro da Festa. Vitrine para músicos e compositores de diversas partes do Brasil e de outros países. Exalta a essência das coisas simples do dia a dia serrano, nos meios rural e urbano. Festival concorrido, com centenas de canções no páreo nas seletivas.
Trata-se de um festival de canções inéditas, com sua primeira edição realizada em 6 de junho de 1993, na V Festa Nacional do Pinhão. A vencedora em 1993 foi a composição Quero-Quero, Gralha Azul, de Jayme Caetano Braun, interpretada por Neto Fagundes. A Sapecada foi o primeiro festival nativista de Santa Catarina, e em sua primeira edição foram mais de 500 composições inscritas.
No tempo superior a três décadas, a Sapecada firmou-se como evento de brilho. Apontada como Melhor Festival de Música Nativista do Conesul em 1998. Um ano antes [1997], foi agraciada com o Troféu Vitória, no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, capital do Estado gaúcho, como destaque nos festivais de música nativa, somente concedido até então aos festivais do Rio Grande do Sul. Em 1998, em Porto Alegre, a Sapecada da Canção Nativa recebeu o título de Maior Festival Nativista do Sul do Brasil, trazendo para Lages o Troféu Laçador, maior honraria dos festivais.
O nome Sapecada está originado de um hábito típico da região serrana dos campos de Lages. É a forma mais primitiva do consumo do pinhão. Sapecar o pinhão significa assar o pinhão em uma fogueira feita com grimpas (galhos) do pinheiro.
Na sapecada, o pinhão é lançado ao fogo e retirado após a queima das grimpas que é quando estará pronto para ser saboreado. Este nome foi dado ao Festival para realçar a lembrança deste hábito típico da região entre aqueles que cultivam as tradições.
Campeão por duas vezes da Sapecada da Canção Nativa, com as canções “Canta Catarina” e “Herdeiro do Contestado”.
“Canta Catarina”, milonga vencedora da 3ª Sapecada da Canção Nativa e eleita como a Mais Popular, interpretada no Palco Nativista do Parque de Exposições Conta Dinheiro em 1995, na VII Festa Nacional do Pinhão, por Elton Saldanha, seu compositor, ganhou o público por sua letra envolvente, ao retratar os sentimentos mais silenciosos e intimistas desta gente serrana, e pela melodia agradável e alegre, bem do jeitinho de quem vive na Serra e a ama com encantamento.
“Herdeiro do Contestado”, um hino dos catarinenses, foi o grande campeão da 10ª Sapecada da Canção Nativa, no ano de 2002, na XIV Festa Nacional do Pinhão. A composição tem letra de João Sampaio e Elton Saldanha, musicada e interpretada por Elton Saldanha. A canção, do estilo vaneirinha, também ganhou como a Mais Popular à época.
Outras canções de sua autoria, participantes e premiadas na Sapecada da Canção Nativa de Lages são “Aonde Canta a Gralha Azul”, “Perdido num Baile de Fronteira”, “Leão do Cajuru” e “Serra do Rio do Rastro”. “Minha experiência com a Sapecada foi de integração com uma comunidade que acolhe muito bem a cultura gaúcha. A partir da participação na Sapecada da Canção passei a estudar e pesquisar a cultura catarinense. Aprendi os usos e costumes do Estado de Santa Catarina. Gravei e lancei um álbum duplo com 24 canções temáticas sobre a história e cultura de Santa Catarina, homenageando todo o Estado. Fiz grandes amizades. A Festa do Pinhão, para mim, é a festa mais importante do Sul do país. Graças a ela e ao tropeirismo, o gaúcho avançou em direção ao centro do Brasil”, confessa este talentoso artista, amado por Lages.
CD Linda Terra, Santa Catarina [2003]
Elton Saldanha grava álbum duplo depois de seu encantamento pela Sapecada da Canção Nativa e estudos aprofundados a respeito de Santa Catarina, o Estado que ganhou seu coração
CD Linda Terra, Santa Catarina - 2003
As 24 músicas são:
Linda Terra, Santa Catarina
Carona na 101
Sou Mané, e Daí
Tô Chegando em Lages
Leão do Cajuru
De Chapecó a Uruguaiana
Canta Catarina
Chica Pelega
Tropeando Peru
Calendário de Rodeio
Mate Quente
Aleluia, Aleluia
Serra do Rio do Rastro
Copla e Estrada
Gralha Azul
Perdido num Baile de Fronteira
Maria Rosa
Madre Paulina
Rancho de Amor à Ilha
Vou pra Santa Catarina
Hino Nacional dos Cachaceiros do Brasil
Homenagem a Pedro Raimundo
Hino do Estado de Santa Catarina
Herdeiro do Contestado
Com, prazer, Elton! Gaúcho de berço, lageano por amor
Elton Benicio Escobar Saldanha é natural do município gaúcho Itaqui, localizado às margens do Rio Uruguai, e faz divisa com Alegrete, Maçambará, Manoel Viana, São Borja e Uruguaiana, no Brasil, e La Cruz e Alvear, na Argentina. A cidade conta com um dos mais antigos teatros da América Latina, o Teatro Prezewodowski, construído em 1883.
O artista tem 69 anos, é solteiro e mora em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. “Canto desde os 12 anos de idade”, reporta Elton. “Gostador” de vinho e churrasco, o colorado torcedor do Inter de Porto Alegre e canceriano alimenta a crença no amor e boa convivência entre as pessoas. Os cancerianos tendem a ter forte conexão com a família, o lar e as emoções. Pessoas sensíveis, empáticas, intuitivas e ligadas ao próprio passado e à memória.
Neste ano de 2025, Elton Saldanha celebra 54 anos de trajetória profissional, oficialmente, portanto, mais de meio século dedicados à música e praticamente uma vida inteira com os olhos, pensamentos e o coração voltados ao tradicionalismo, pois começou a cantar profissionalmente ainda na adolescência, com 15 anos. Guarda, com amor, o Título de Cidadão Itaquiense, Título de Cidadão Porto Alegrense e Título de Cidadão Vacariano.
Elton é um dos artistas tradicionalistas mais evidenciados do Brasil. Possui 21 discos gravados e uma coleção de premiações - são mais de 300 prêmios em festivais. “Músicas de minha autoria gravadas por outros artistas e músicas veiculadas em festivais são mais de mil canções”, comemora, ao contabilizar: “Já cantei em mais de 500 cidades no Brasil e no exterior.”
Entre as cidades de realce, onde Elton já fez show estão Lages, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Campo Grande, Salvador, Buenos Aires, Montevideu, Guiana Francesa, Havana, Lisboa, Roma, Verona e Veneza. “A música me proporcionou viajar e conhecer pessoas e lugares encantadores.”
Quando questionado sobre a fonte de sua inspiração para tantos sucessos, Elton é direto, objetivo e coerente com seus princípios pessoais a profissionais: “Minha inspiração é a história gaúcha.”
Elton toca violão e estuda outros instrumentos. Produz letra, música e arranjos. “Sinto alegria em ser artista e poder compartilhar com as pessoas.” Já a parte controversa em ser artista é a exposição pública.
Nos palcos da vida são Elton Saldanha e mais cinco artistas levando a cultura gaúcha a infinitos rincões e estâncias. Todos em uma van pelas estradas.
As músicas mais pedidas em suas exibições em público e que não podem faltar são Eu Sou do Sul, Castelhana, Entrando no M’Bororé, Não Chora China Veia e Hallelujah.
Sua música predileta de sua autoria é entoada pela multidão em suas apresentações, uma canção de reverência aos sulistas, uma declaração de amor que envaidece quem mora nesta área geográfica brasileira, regravada por importantes nomes do cenário musical: Eu Sou do Sul, falando do céu azul, poesia, arado, plantação, colonização, Serra, litoral, vinho, por do Sol no Rio Guaíba, amizade com os argentinos da fronteira, prenda, cavalo, canha, campanha, santo missioneiro e Rio Uruguai. E, composição que seja de outro artista, Elton elege “Gracias a la vida”, do símbolo maior da música latino-americana, Mercedes Sosa.
Trechos para contemplar:
“Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dio dos luceros, que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo, su fondo estrellado
Y en las multitudes, el hombre que yo amo
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el oído, que en todo su ancho
Graba noche y días, grillos y canarios
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando”
Um talento admirado por Elton é a gaúcha Luiza Barbosa. Artista, cantora, compositora, apresentadora e atriz, Luiza Barbosa tem mais de 11 anos de carreira no panorama artístico e musical do Rio Grande do Sul.
Além de fazer shows, o artista trabalha na função de Coordenador de Música da Secretaria de Cultura de Porto Alegre.
De vida simples e perto das coisas do campo e daquelas que não têm preço, e sim, valor, Elton mora em um sítio e tem como hobby andar a cavalo.
Será um privilégio conhecer mais sobre Elton Saldanha
Um livro, Elton?
“Amor nos Tempos do Colera.”
Um filme
“Cidadão Kane.”
Um ídolo
“Antônio Augusto Fagundes.”
Uma roupa
“A roupa de sempre, pilcha gaúcha.”
Uma cidade
“Itaqui.”
Viagem inesquecível
“Mongólia.”
Lugar a ser conhecido
“Alasca.”
Como é estar nas rodovias da vida? Gosta de estar na estrada?
“Viajar é uma realização profissional.”
Artistas com quem convive
“Os Fagundes, Daniel Torres, João Sampaio, Érlon Péricles, Guri de Uruguaiana, entre tantos.”
Saudade
“Tenho muita saudade de minha mãe.”
Um sonho
“Escrever um livro.”
Uma meta
“Continuar trabalhando.”
Um projeto
“Um novo disco que está no prelo. Título: Pros que andam a cavalo de laço e poncho nos tentos.”
Contemporaneidade na disseminação das artes em torno do tradicionalismo
“Tecnologia é fundamental para produção e difusão da arte musical.”
E sobre o formato 2025 da Festa do Pinhão?
“O novo modelo da Festa ampliou o espaço para a participação da comunidade.”
O que a Festa do Pinhão é para você?
“A Festa do Pinhão é um dos maiores eventos nacionais.”
O que Lages significa para você?
“Lages é uma cidade muito importante na minha carreira.”
Quem é o Elton Saldanha
“Elton Saldanha. Sou artista, compositor, cantor, jornalista e cavaleiro, e tenho muito orgulho em cantar a cultura gaúcha.”
O que sente em ser um Orgulho Lageano?
“Tenho muito orgulho e gratidão de cantar em Lages.”
Suas redes sociais, Elton?
“Tenho página no Instagram e Facebook, músicas nas plataformas Spotify e Deezer, e vídeos no YouTube.” [@eltonsaldanhaes - Elton Saldanha no “Face” e Elton Saldanha como canal no YouTube]
#eusoudosul
Contato telefônico e mensagens de WhatsApp - (51) 99918-0303.
Vem ‘pra’ Lages, porque tem muita Festa do Pinhão!
É feriado! Quatro dias de alegria! Maior evento da Serra Catarinense e um dos maiores dos segmentos históricos, culturais, artísticos, folclóricos e gastronômicos da região Sul do Brasil, com um dos maiores festivais de música nativista da América Latina, a Sapecada da Canção Nativa que, em 2025, quando a Festa Nacional do Pinhão chega a sua 35ª edição - Raízes - Tradição que se renova em Festa, alcança sua 31ª edição, paralelamente a 23ª Sapecada da Canção Nativa. Com o formato de resgatar as tradições da cultura e identidade regionais, a Festa de 2025 acontece de 6 a 22 de junho, com quatro ambientes: No convencional endereço do Recanto do Pinhão Aracy Paim, seu Palco Recanto do Pinhão para talentos tradicionalistas locais, regionais e nacionais, na Praça João Costa; Palco Raízes, de enobrecimento à produção cultural dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), na Rua Coberta - Rua Nereu Ramos; Palco Entrevero, no Mercado Público Municipal Osvaldo Uncini, com espaço a artistas de estilos ecléticos, do pop ao rock; do sertanejo ao romântico, da Música Popular Brasileira (MPB) ao gosto infantil, e Palco Leão Baio, no Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior, e seus cinco shows nacionais - Guilherme & Benuto, Fernando & Sorocaba, Ondastral e Dazaranha, Yasmin Santos e Corpo & Alma no feriado nacional prolongado de Corpus Christi - 18, 19, 20, 21 e 22 de junho, respectivamente [diariamente, atração antecedida pelo DJ Ali_live]. Bem como o Festival de Arte e Cultura Planalto Serra como parte do roteiro da Festa.
Toda a programação da Festa Nacional do Pinhão será gratuita ao público. Serão 17 dias de festividades, com mais de 100 atrações e esperadas mais de 100 mil pessoas como espectadoras somente nos shows nacionais.
Suas realezas são as mulheres, rainha Amanda Aparecida Bianchini Moraes, e princesas, Lariane Rodrigues e Alice Cunha Ramos, e as garotas, rainha Lavínia Moraes Amaral, 1ª princesa, Ana Beatriz de Jesus Matias, e 2ª princesa, Maria Luiza Machado.
A 35ª Festa Nacional do Pinhão - Edição Raízes - Tradição que se renova em Festa é promovida pela Prefeitura de Lages com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages, com patrocínio de Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Havan, Sicoob, Tirol, Seara, Fort Atacadista, London Associação de Benefícios/Proteção Patrimonial e Minusa; apoio de Ingresso Nacional, Léia Salão, Arezzo, Reunidas, Divina Cafeteria e Ingresso Nacional, e midia partner de SBT, NSC e Band FM Lages 94,3.
Vamos entoar “Canta Catarina”?
(Elton Saldanha, por Nativos)
“Quando gritaram Catarina
Me apresentei
Puxei o mango de lei
E sampei o chapéu pra cima
Gritaram Catarina
Se ouviam berros
Era eu juntando um louco
A braço de ponta de ferro
Meu velho foi pescador
Ferrava em riba da quilha
A velha era uma paisana
Peleava com a família
Fui plantado nesta terra
Como se planta pinhão
Junto ao gritedo das gralhas
Deixando rastros no chão
Carca esta marca
Que eu grudo no remelexo
Deixa que eu puxo do queixo
Só porque este trecho é meu
Cruzo eu boleio
Na volta eu boto os arreios
Depois eu mostro o floreio
Que a santa terra me deu
Canta Catarina canta
Quando eu vou na crina
O povo se levanta
Canta Catarina canta
Quando eu abro o peito
Nem uma gralha se espanta
Quando gritaram Catarina
Amontei e me benzi
Soltei um sapucai
Num balanço cacumbi
Gritaram Catarina
Um santo baixou ali
Era minha raça à cavalo
Num estilo guarani
Nasci na Coxilha Rica
O vento embalando a gente
E meto mango e meto espora
Em qualquer bicho se movente
Com neve minh'alma é leve
Mas com povo é diferente
Só não mexo com as gralhas
Que este bicho é meu parente
Carca esta marca
Que eu grudo no remelexo
Deixa que eu puxo do queixo
Só porque este trecho é meu
Cruzo eu boleio
Na volta eu boto os arreios
Depois eu mostro o floreio
Que a santa terra me deu
Canta Catarina canta
Quando eu vou na crina
O povo se levanta
Canta Catarina canta
Quando eu abro o peito
Nem uma gralha se espanta
Atira o chapéu pra cima Catarina
E agradece a terra santa
A terra santa”
Quem é o “Herdeiro do Contestado”?
(Elton Saldanha)
“Meu pai nasceu no Irani, a minha mãe no Desterro
Eu cresci em São Joaquim, naquele topo de cerro
Ando cantando com as gralhas, lá no Rincão dos Pinheiros
Puxando mula de carga, repontando boi franqueiro
Abro o peito num rodeio, no lombo de um aporreado
Ressuscito meu avô, jagunço do Contestado
De picumã e fumaça, tenho a melena encardida
São Sebastião me protege, nestas peleias da vida
Meu povo barriga verde, meu coração te pertence
Eu tenho orgulho de ser catarinense
Vou da serra ao litoral, sempre de chapéu tapeado
Sou de Santa Catarina, Herdeiro do Contestado
É branco, verde e vermelho, o pavilhão dessa terra
De gente que vive em paz, por ter sofrido na guerra
Pelo planalto das Lages, com meu jeitão de beduíno
Tiro o chapéu pras senhoras sou de fora, mas sou fino
Tomo mate numa guampa, conforme usança de lá
Minha madrinha é Maria Rosa Santa de Caraguatá
Quando vejo uma araucária, solita no descampado
Vejo meu avô tropeiro de sombreiro bem tapeado
Toda essa herança bendita, escrita em fé desta gente
Eu tenho orgulho de ser catarinense”
Tô chegando em Lages
(Elton Saldanha)
“Já peguei o estradão
Tô chegando em Lages
Hoje vai ter vanerão
Tô chegando em Lages
Vai ter Festa do Pinhão
Tô chegando em Lages
Serrana me dá um abraço
Que eu estou louco de saudade
Encilho no cantar dos galos
Relincha meu cavalo no subir da Serra
Vou cantando na viagem
Vai ter Festa, Lages minha linda terra
Serrana com traços de índio
Num fandango lindo
Dê-lhe vanerão
Enquanto a neve vai caindo
Nós vamos curtindo
A Festa do Pinhão
Deixa a gralha cantar
Deixa a gralha voar
Deixa a gralha bicar
Deixa ciscar o chão
E vamos bailar
Na Festa do Pinhão
Na festa da tradição
Eu cevo o chimarrão
Com erva nativa
No crioulaço encilho o pingo
Sempre no estilo
Dos velhos birivas
Foi Tia Lelé e Dom Nante Arruda
Que plantaram mudas
De amor neste chão
No barbicacho colorado
De chapéu tapeado
Honrando a tradição
Deixa a gralha cantar
Deixa a gralha voar
Deixa a gralha bicar
Deixa ciscar o chão
E vamos bailar
Na Festa do Pinhão”
Agora, cante e dance ao som de “Eu Sou do Sul”
(Elton Saldanha, por Os Serranos)
“Eu sou do Sul, sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul, sou do Sul
A minha terra tem um céu azul, céu azul
É só olhar e ver
Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
Nascido entre a poesia e o arado
A gente lida com o gado e cuida da plantação
A minha gente que veio da guerra
Cuida dessa terra
Como quem cuida do coração
Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
Você, que não conhece meu estado
Está convidado a ser feliz neste lugar
A serra te dá o vinho
O litoral te dá carinho
E o Guaíba te dá um por do sol lá na capital
Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
A fronteira los hermanos
É prenda, cavalo e canha
Viver lá na campanha é bom demais
Que o santo missioneiro
Te acompanhe, companheiro
Se puder vem lavar a alma no rio Uruguai
Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
Eu sou do Sul”
Leão do Cajuru
(Elton Saldanha, por Walther Morais)
“Estou campeando no rastro da toca, ninho ou paragem
Pra ver se ainda no trecho o bicho feio de Lages
Estou pousando no trilho pelas coxilhas e atalhos
Eu sou serrano e troeiro, lá no Barreiro eu trabalho
Me valha, São Sebastião, vê-se abençoa este peão
Que eu tô virado num cão campeando um tal de leão baio
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Quem ganha é rei, eu sei que esta é a lei
Mas um de nós vai ser boia de urubu
Por entre as taipas de pedra do chão de Correia Pinto
No bodegão da Coxilha vou tomar um vinho tinto
Eu já bailei no Morrinhos quando cortavam ‘oreia’
No Passo de Santa Vitória melei muito mel de ‘abeia’
Eu vou cortar as tuas garras, tu vai te dar mal na farra
Ninguém vai levar na marra o meu rebanho de ‘oveia’
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Quem ganha é rei, eu sei que esta é a lei
Mas um de nós vai ser boia de urubu
Eu faço charque com quirera, faço pinhão e poroto
Pra alimentar meus negrinho não roubo nada dos outros
Tu convida a dona leoa que foi vista na vigia
Da Coxilha ao Paiquerê, tu pode entrar numa fria
Vai ser um duelo de nobre, respeite a boia dos pobres
Tome consciência e não roube de um peão pai de família
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Quem ganha é rei, eu sei que esta é a lei
Mas um de nós vai ser boia de urubu
Tu convida a dona leoa que com os gatinhos se empaca
Te some no chão serrano, esqueça ovelhas e vacas
Tem cruzo no Vacas Gordas, no Caveira não sei, não
Na Fazenda Ferradura, Tio Beja perdeu um capão
Te cuida com esse ginete, não faz matança no brete
Se não tu vira tapete numa cama de galpão
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru (vamo ver)
Sou eu ou tu leão baio do Cajuru
Quem ganha é rei, eu sei que esta é a lei
Mas um de nós vai ser boia de urubu”
Quer ver mais uma música que fala de Lages? Esta é de Os Filhos do Rio Grande
Pra Cá de Lages
“Se você quiser me fazer uma visita
Fico mui alegre e te agradeço
Pegue uma caneta, também um papel
Anote aí o meu novo endereço
Estou morando pra cá de Lages
Estou levando uma vida bela
Chegue qualquer hora que será bem-vindo
Meu rancho tem porta, mas não tem tramela
É pra cá de Lages que eu estou morando
É pra cá de Lages que vive um cantor
É par cá de Lages que eu tenho meu rancho
É pra cá de Lages que eu tenho um amor.
Todos aqueles que me visitaram
Sai falando bem da minha pessoa
Quem for no meu rancho, almoça e janta
Se quiser posar tenho cama boa
Trato a todos alegre e contente
A tal tristeza pra mim é bobagem
Eu tenho orgulho da vida que levo
No meu velho rancho pra cá de Lages
A minha morada é pra cá de Lages
Pessoas amigas lá em casa é bem vinda
Meu rancho por fora a gente não vê nada
Mas por dentro dela eu tenho coisa linda
Tenho carinho e hospitalidade
Tenho cana boa, também chimarrão
Tenho dois piazito e uma chinoca
Pra alegrar a vida deste velho peão”
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Arquivo pessoal e acervo profissional/Divulgação
Eduardo Rocha/Divulgação
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